quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Entreguem a taça?

Domingo foi disputada a partida mais decisiva do corrente Apertura, entre os 2 ponteiros, Boca Juniors e Racing. Como de costume, não assisti a todo o jogo, portanto, vou com as impressões que tive em aproximadamente 60 minutos de futebol [não estive tão bem focado assim], e com alguma base dos amigos do Futebol Portenho, que, além de informarem muito bem sobre o futebol argentino, trocam muito boas ideias, com quem quer que seja. Bombonera lotada, expectativa de já ver os xeneizes garantirem, virtualmente, o título do torneio, adversário tradicional que jogava sua última cartada, 2 times invictos no campeonato... ingredientes de sobra para um excelente jogo.

Em uma análise pré-jogo, o 0-0 final seria uma tragédia para os albicelestes, que, deste modo, entregariam a taça nas mãos do Boca; entretanto, o desenrolar da partida tornou o resultado palatável a ambos os times, principalmente se considerarmos as declarações do DT Simeone, dizendo estar satisfeito com a postura do time, que conseguiu "silenciar a Bombonera". Creio que La Academia jogou fora a última chance de título que tinha, que, aliás, já estaria dificílimo com a vitória; com o empate, no meu ver, tornou-se impossível. O nome do jogo, sem dúvida alguma, foi o ex-Grêmio Sebastián Saja, pegando o que podia e o que não podia, salvando o time em muitas, mas muitas oportunidades [listá-las daria um novo texto].

O Boca Juniors pressionou na maior parte do tempo, demonstrando muito mais volume de jogo, enquanto o Racing aproveitava-se da leveza do seu time do meio para a frente, e tentava algum envolvimento somente nos contra-ataques, sempre puxados pelo colombiano Giovanni Moreno. Hauche era o avante mais ativo do time de Avellaneda, enquanto Teófilo Gutiérrez... bom, Téo é um caso à parte. Demorou para reapresentar-se no clube, fato não-inédito, mesmo assim argumentando que "não havia do quê desculpar-se", e teve participação praticamente nula no domingo; praticamente nula é um eufemismo, pois ele fez a maior bobagem da partida, tentando reinvindicar um penal [de forma ridícula, diga-se], dando um peitaço à Patrício no árbitro, sendo expulso.

E deixando o Racing com 2 a menos, visto que Pelletieri já havia sido expulso, de forma discutível. Daí em diante, Simeone pegou o "manual do catenaccio", botou embaixo do braço, e fez o possível e o impossível para segurar o 0-0, e evitar a festa xeneize. Logrou êxito, o time foi muito bem defensivamente, como em toda a competição, e quando os zagueiros [e Matías] Cahais e Martínez não davam jeito em Blandi e Mouche, Saja garantia o ponto. Na segunda, o Lanús poderia chegar na vice-liderança, e ficar, ainda que embaçado, distante, no retrovisor do Boca Juniors; não conseguiu, perdendo em casa para o Arsenal, que empatou em pontos [23] com o próprio granate, nesta disputa pelo vice-campeonato, que vai do Racing [2º, 25] até o Godoy Cruz [11º, 20].

Nos Acréscimos
  • A briga pelas vagas coperas está muito acirrada. Temos o Vélez Sarsfield garantido, como campeão do Clausura '10/11, e o Arsenal, melhor argentino na Copa Sul-Americana '11 [fora o Vélez, que já campeonou em 2011]. Boca Juniors e Lanús só perdem as vagas se houver um desastre nos próximos 4 jogos. O Godoy Cruz está bem encaminhado, 6 pontos à frente de Racing e Independiente, e 5 à frente do Tigre; contudo, como o Matador está na zona do descenso direto, não poderá ganhar a vaga. Mais 2 vagas estão reservadas para estes 3 [ou 4] times.
  • Amanhã o Vélez começa a jogar seu destino na Copa Sul-Americana. Começará jogando na [sempre perigosa] altitude de Quito, contra o [sempre perigoso] time da LDU. E bastante desfalcado, assim como na vitória por 1-3 contra o Belgrano, em Córdoba. Ricardo Gareca não poderá contar com o meia "El Mago" Ramírez, o atacante Martínez e o volante/lateral Zapata. O jogo está marcado para as 19h15, no horário local, 22h15 no horário de verão brasileiro, e o blog seguirá esta partida, que será apitada pelo uruguaio Jorge Larrionda.

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