sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Retomando

Hoje retomam-se os trabalhos nesta casa, que esteve bastante abandonada, é verdade, mas que voltará a ter o seu movimento costumeiro e produção normal. Depois de 1 mês de férias futebolísticas no Brasil, os grandes clubes estão no auge de suas pré-temporadas, enquanto os menores já vem se preparando há pelo menos 2 meses para encarar de frente os cachorros grandes em seus determinados torneios estaduais. Aqui no Rio Grande do Sul, a dupla Gre-Nal se mexe para os desafios vindouros: o Grêmio com a Copa do Brasil, o Internacional com a Copa Libertadores da América, além de ambos brigarem pela coroa sul rio-grandense.

Para o último ano de Olímpico, a direção gremista está tratando de formar um grupo ao menos capacitado para lutar pelos 4 títulos em disputa na temporada. A formação do time ficará a cargo do técnico Caio Júnior, em substituição ao contestadíssimo Celso Roth, que deixou o clube após o Campeonato Brasileiro. "Prata da casa", dos tempos de [bom] atacante, Caio sempre foi aquele treinador que eu tinha a impressão que em determinado momento pararia no Grêmio, pelo seu histórico como jogador - a maioria dos ex-jogadores do Grêmio que tornaram-se técnicos treinaram aqui, se minha memória estatística não falha. Não é o treinador ideal, tem virtudes e defeitos que se equivalem, o tornando um profissional mediano. Fala muito bonito para quem não consegue arrumar um time decente taticamente; gosta muito de conceitos e teorias futebolísticas - tenho propensões a não gostar de técnicos assim, principalmente somando-se a isto uma fala mansa e fino trato [essencialmente com a imprensa]. Uma hora o grupo de jogadores toma conta, a não ser que ele seja um "leão" no vestiário e ninguém saiba.

Os reforços trazidos não foram pontuais, o que também me preocupa, havia até um certo acúmulo de jogadores em determinadas funções antes das dispensas feitas. O grupo me parece heterogêneo, com deficiências claras em setores fundamentais do time, como o miolo de zaga, e a linha de armadores. Foi gasto um dinheiro absurdo na contratação de Kléber, junto ao Palmeiras/Cruzeiro, jogador que não oferece a menor garantia [apesar da grande esperança da torcida] de que dará um retorno condizente com as cifras investidas. Além do "Gladiador", para o ataque chegou o boliviano [!] Marcelo Moreno [ou Martins, como é conhecido fora do Brasil], artilheiro da Copa Libertadores de 2008, ainda pelo Cruzeiro. É bom atacante, não mais que isto, e certamente deixará seus golzinhos ao longo da temporada; chega para suprir as saídas de André Lima e [Evaeverson!] Brandão, sem agregar muito mais potencial que os centroavantes que estavam no clube. Léo Gago, Marco Antônio, Naldo e Douglas Grolli, entre outros, neste primeiro momento, não são mais que apostas. Acredito que faltam ser trazidos reforços incontestáveis para a zaga e para o setor de meio-campo.

Um capítulo a parte trata da contratação do zagueiro Gonzalo Sorondo. O uruguaio teve seu contrato encerrado com o Internacional no final da última temporada, e, na apresentação do boliviano Marcelo Moreno, Paulo Pelaipe surpreendeu e anunciou o ex-zagueiro do maior rival. Uma aura de desconfiança pairou nos ares do Olímpico; pudera, nas 5 temporadas no Beira-Rio, Sorondo atuou apenas 77 vezes [!], enquanto um jogador com aparições constantes no time alcança este número em uma temporada e meia, em média. Foram 6 contusões, 4 delas gravíssimas, que o deixaram cerca de 3 anos em função de tratamentos e recuperações. Particularmente eu acreditava e apostava algumas fichas no zagueiro. No dia do anúncio fui ao Twitter postar o seguinte: "Se o Sorondo não for o zagueiro de PORCELANA CHINESA que foi no Inter, é a melhor contratação do Grêmio até o momento.". Parecia profecia. No 1º treino depois da reapresentação o uruguaio torceu o [altamente remendado] joelho direito e teve seu contrato rescindido com o Tricolor.

Não sei se foi feita justiça no caso, e nem cabe pensar nisto agora, o relevante é que o Grêmio tem no elenco, hoje, zagueiros confiáveis/experientes. Saimon e Vilson, além de jovens [o 2º nem tanto], são inseguros, pelo menos passam esta impressão para os torcedores. É de suma importância a contratação de um xerife, custe o que custar, e acabar de uma vez por todas com a "novela Giuliano*", que, aqui entre nós, não vale todo esse salseiro feito com os ucranianos. Falando em ucranianos, se o ex-Inter jogasse toda essa bola, teria ido para um centro mais valorizado do futebol europeu, não sairia para ser reserva de um time de 2ª linha do gélido futebol da Ucrânia [«Дніпро» Дніпропетровськ!], que não consegue disputar sequer a fase de grupos da Europa League. Enfim, o diretor executivo Paulo Pelaipe diz que o Grêmio "tem bala" para, inclusive, contratar Giuliano em definitivo; por que não usar essa "bala" [que me lembra "atacante bala", expressão eternizada pelo dirigente] para trazer um zagueiro de respeito? Questões políticas do clube que eu não faço a menor questão de entender, ainda mais se retomarmos fatos ocorridos no ano passado. Só desejo sorte aos atuais dirigentes na indicação de reforços, e que eles tragam títulos ao clube, que é o desejo em comum de todos os envolvidos.

No próximo sábado o Grêmio debuta no Gauchão 2012, recebendo o Lajeadense, as 21h, horário super-indicado para assistir futebol, principalmente no estádio, mas estarei lá, no primeiro jogo do último ano do Velho Casarão. O time-base que vem treinando, e apanhando sistematicamente para os reservas é formado por Victor; Mário Fernandes, Saimon, Vílson e Júlio César; Fernando e Léo Gago; Marco Antônio e Douglas; Kléber e Marcelo Moreno. Pelo andar da carruagem o time será este mesmo para o início de temporada, o que quer dizer que só resta aos gremistas rezar para não levar fumo para o River Plate/SE na Copa do Brasil antes que outros reforços cheguem, se é que chegarão. Penso que jogando Grolli e Naldo para cima, o que cair primeiro tira a vaga de Saimon, que precisa comer muito feijão para ser titular absoluto do time - se bem que eu ainda prefira o alemão ex-pedreiro que veio de Chapecó, por questões de dignidade. Muitos deram como certa a contratação de Ibson, do Santos, há uns 2 meses atrás; este seria o jogador ideal para a vaga ocupada por Marco Antônio como 3º homem de meio-campo. Abro tópico para mais sugestões dos leitores do lado Tricolor da força.

Nos Acréscimos
  • A dupla Gre-Nal segue firme na Copa São Paulo de Futebol Júnior. O Grêmio aplicou dois 5-0's antes de perder por 3-1 para o Grêmio Osasco na última rodada, mesmo assim terminou como líder [empatado com o próprio Grêmio Osasco], enquanto o Inter passou um pouco mais de trabalho contra o Confiança e perdeu para o Santo André, campeão do grupo - entretanto enfiou 7-1 no Lemense. Na 2ª fase o Inter tem um Gre-Nal contra o Grêmio Barueri, e o Grêmio pega o Juventus, o simpático "Moleque Travesso" da Rua Javari.

  • O futebol do lado de cá do Atlântico não parou no recesso que fizemos. No Chile, a Universidad conquistou 2 títulos em dezembro, a Copa Sul-Americana sobre a LDU [de forma invicta], e o Clausura local, contra o Cobreloa. Na Colômbia, o Atletico Junior foi campeão vencendo o Once Caldas, depois de um mata-mata épico, principalmente contra o Millonarios. Além dos campeonatos supracitados, tivemos o equatoriano, vencido pelo Deportivo Quito, e o Apertura boliviano, ganho pelo The Strongest.

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