sexta-feira, 22 de abril de 2016

Uma pequena dose de Libertadores

Confrontos definidos. O bicho vai pegar ainda mais
na Libertadores 2016 (Foto: Divulgação / CONMEBOL)
Finalmente terminou a fase de grupos da Libertadores da América 2016. Apesar da dramaticidade que foi uma constante na maioria dos grupos, não tivemos tantas surpresas quanto nos anos anteriores. Agora começa uma nova competição com os mata-matas, e o Vida Cancheira vem falar um pouco sobre o que esperar desses confrontos que prometem movimentar o continente.

Dos brasileiros que começaram a competição, apenas o Palmeiras ficou pelo caminho, em um grupo encardido, onde passaram Rosario Central e Nacional. O São Paulo deu jeito na sua vida na reta final e conseguiu se classificar no sufoco, enquanto Corinthians, Atlético-MG e Grêmio tiveram relativa tranquilidade para seguir adiante.

As maiores surpresas, indiscutivelmente, foram as equipes mexicanas, que dominaram seus grupos e mostraram muita força. As eliminações precoces de Olimpia e Emelec no grupo 7, do Peñarol no grupo 4 e do Colo-Colo no grupo 5 também chamaram a atenção, bem como as classificações de Deportivo Táchira e Independiente del Valle.

Enfim, vamos ao que interessa. O emparelhamento da fase final da corrida pela Copa mais charmosa das Américas está pronto, os jogos estão marcados, então vamos aos confrontos.

ATLÉTICO NACIONAL/COL vs HURACÁN/ARG

Os verdolagas tiveram a melhor campanha na fase de grupos, inclusive sem sofrer nenhum gol, mas na hora das fases eliminatórias, isso quer dizer muito pouco. A responsabilidade é toda dos colombianos, que enfrentarão o Huracán, pior 2º colocado, no próprio grupo da equipe de Medellín. O Globo entra no confronto como franco-atirador, já tendo passado por poucas e boas nessa Libertadores. A partir de agora, qualquer avanço tem gosto de título para o time de Parque Patrícios. Qualquer coisa que não seja um domínio colombiano será considerada uma enorme zebra.

ROSARIO CENTRAL/ARG vs GRÊMIO

Se as duas equipes pudessem escolher, nenhuma iria querer enfrentar a outra. O Rosario Central é simplesmente a equipe que joga o melhor futebol na Argentina atualmente, enquanto o Grêmio reagiu nas rodadas finais da fase de grupos e tende a evoluir. Ambos os times contam com torcidas inflamadas e tentarão fazer valer o fator local. Os argentinos carregam um leve favoritismo, por estarem em melhor momento técnico, mas não se pode desprezar a tradição e a força do Tricolor gaúcho na Libertadores. Se eu pudesse dar um conselho, seria: não apostem seu dinheiro nesse duelo.

ATLÉTICO MINEIRO vs RACING/ARG

O duelo de dois dos times mais sofridos do continente. O Atlético-MG descobriu recentemente o gostinho de ganhar a Libertadores, depois de décadas sofrendo com as piadas do rival, enquanto o Racing está há quase 50 anos na seca, além de conviver com o (assim como o seu título, distante) hepta do Independiente. São dois times vocacionados ao ataque, com torcidas apaixonadas, e prometem entregar, assim como o outro duelo Brasil vs Argentina, dois ótimos jogos de futebol, dentro e fora de campo. O momento dos brasileiros é melhor, e a classificação deve ficar mesmo em Belo Horizonte.

TOLUCA/MÉX vs SÃO PAULO

O Toluca impressionou pela consistência na fase de grupos e também pela força jogando como mandante, onde venceu seus três jogos, incluindo viradas sobre LDU e San Lorenzo.  Por sua vez, o Tricolor paulista ainda sofre por ter um elenco que foge totalmente às características preferenciais de seu treinador, Edgardo Bauza, notório retranqueiro que tem em mãos um elenco com muito mais qualidade ofensiva do que defensiva. O São Paulo tem o artilheiro da Libertadores, o argentino Calleri, com 8 gols, mas que só deverá jogar a partida no México. Equilíbrio à parte, minha aposta é no São Paulo para seguir adiante.

PUMAS/MÉX vs DEPORTIVO TÁCHIRA/VEN

Mais um replay da fase de grupos, Pumas e Deportivo Táchira farão o confronto que talvez menos gente dê importância, mesmo que os mexicanos tenham a 2ª melhor campanha na fase de grupos da Libertadores. Os Universitarios tem o melhor ataque da competição, ao lado do River Plate, com 17 gols marcados, além de contar com um elenco bastante experiente, repleto de estrangeiros. Os venezuelanos ganharam todas em casa, perderam todas fora, mas deverão complicar as coisas no jogo de ida, em San Cristóbal. Mesmo assim, deve dar Pumas, com sobras.

RIVER PLATE/ARG vs INDEPENDIENTE DEL VALLE/EQU

Dizer que o River Plate tirou a sorte grande é ser desonesto com a história rica de surpresas que tem a Libertadores da América. No entanto, é inegável que o jovem time do Independiente del Valle está bem abaixo do atual campeão da América. Ainda que a equipe millonaria esteja longe de seu melhor rendimento, foi o suficiente para superar a fase de grupos e também deve bastar para seguir adiante, batendo os equatorianos. A curiosidade é para saber como os argentinos irão se comportar na altitude de Quito, que talvez seja o maior adversário do River Plate nas oitavas de final.

CORINTHIANS vs NACIONAL/URU

Em outros tempos, seria impensável um favoritismo absoluto dos brasileiros diante do peso brutal que tem a camisa do Nacional. No entanto, camisa deixou de ganhar jogo faz tempo e, mesmo passando em um grupo complicadíssimo, os uruguaios não mostraram muitas credenciais de que podem bater de frente com o Corinthians. O Timão aprendeu com os erros do ano passado, quando subestimou o Guaraní paraguaio e caiu do cavalo. Mesmo com um time bem inferior, manteve a mesma consistência e tem tudo para seguir adiante na Libertadores, sem sustos.

BOCA JUNIORS/ARG vs CERRO PORTEÑO/PAR

Alguns tem esse confronto como um dos mais equilibrados dessa fase, mas não se enganem: a tendência é de que os xeneizes não tenham nenhum trabalho contra o Cerro Porteño. O time de Schelotto encorpou ao longo da fase de grupos, e se tem um time que entende de mata-mata da Libertadores, este é o Boca Juniors. Os paraguaios acabaram de mudar o comando técnico – chegou Gustavo Morinigo, vice-campeão da América com o Nacional Querido, em 2014 – e ao que tudo indica não haverá tempo hábil para os jogadores assimilarem a filosofia de jogo do novo DT.

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