terça-feira, 17 de maio de 2016

Morna e insípida

O técnico Roger pecou pela covardia e voltou a tirar o torcedor
gremista do sério (Foto: Wesley Santos / Agência PressDigital)
Dizem que "em tempos de guerra, qualquer buraco é trincheira". Depois de sequer chegar à final do Gauchão e de ser eliminado de forma categórica da Libertadores da América, o Grêmio tentou juntar os cacos para dar uma resposta convincente aos seus torcedores na estreia pelo Brasileirão. O Tricolor foi à Arena Corinthians para enfrentar o atual campeão, e voltou com um pontinho na mala, graças ao empate sem gols na capital paulista.

A direção já admitia antes do jogo que estava satisfeita em não perder. Objetivo cumprido? Em partes. Era de suma importância apresentar uma atitude diferente daquela mostrada contra o Rosario Central. Convenhamos que piorar era muito difícil, e contra um também abatido e pouco inspirado Corinthians, a missão ficou um pouco mais simples. O Grêmio dominou o jogo em sua totalidade, inclusive criando as melhores chances para tirar o zero do placar. Em condições normais, todos comemorariam o empate, mas ficou um gostinho de quero mais que incomoda.

Por que incomoda? Porque o time voltou a demonstrar a falta de ambição que irritou o torcedor na eliminação na Libertadores. O Grêmio de Roger Machado não precisa parir uma bigorna incandescente para vencer seus jogos e sabe disso. O problema é não tentar, é não buscar ir além de suas limitações, bastante evidentes, por sinal. O treinador gremista voltou a demonstrar que não tem criatividade alguma quando o jogo encrespa, ou quando precisa buscar o resultado. A troca de Bolaños por Edinho foi um crime lesa-pátria, um acinte à paciência do torcedor. Na prática, a medida trouxe o Corinthians ao campo do Grêmio, e os minutos finais só não foram de um terror ainda maior porque o Alvinegro paulistano está longe de seus melhores dias.

Não foi ruim para ser trágico ou intragável, também não foi bom o suficiente para estouro de foguetes. O Grêmio mostrou que tem potencial para fazer um campeonato digno, e que os desempenhos desastrosos nas decisões do primeiro semestre não são o teto do time, longe disso. Cabe à nova direção, encabeçada por Alberto Guerra, reforçar o time de verdade, e ao técnico Roger fazer uma forte autocrítica, para identificar seus erros, mas principalmente seus acertos, porque quem não sabe explicar os motivos de seu sucesso, também não saberá reconhecer seu fracasso.

Antes do Esquecimento

O Brasil de Pelotas estreou no último sábado na Série B, recebendo o Paraná Clube diante de um ótimo público em um Bento Freitas em obras. A vitória por 2 a 0, com doblete de Felipe Garcia, pode até empolgar o torcedor, mas o desempenho foi muito preocupante para quem vê de fora. Para manter a categoria, maior desafio do Xavante em 2016, o fator local será determinante, pois o time está claramente abaixo da necessidade que a competição impõe.

Dois degraus abaixo, o São José conheceu seus adversários na Série D nacional. O time da Zona Norte de Porto Alegre ficou no Grupo A14, ao lado de Villa Nova-MG, São Bento-SP e Portuguesa-RJ. A estreia será no dia 12 de junho, às 16h, contra o São Bento, em Sorocaba. O elenco que segue sendo comandado por China Balbino perdeu jogadores importantes, como Jô, Diego Torres, Rafinha e Wágner Fogolari, mas outros bons nomes chegaram, como o volante Reinaldo, ex-Lajeadense e de passagem pelo Palmeiras, o meia Alex Goiano, destaque do São Paulo de Rio Grande no Gauchão e o inoxidável atacante Rodrigo Gral, que dispensa apresentações.

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